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A Pimenta Fidalga é conhecida por aqui também como “sete molhos”, “cabaça” e “cabacinha”. O motivo dos últimos apelidos é sua aparência, que lembra o fruto do cabaceiro.
Para outros, a Fidalga tem formato campanulado (sino) ou de micropimentão, com 4 cm de comprimento e de 1,5 a 2,5 cm de largura.
Seja qual for o visual, essa integrante da espécie Capsicum chinense conta com paladar inigualável e muitas outras características interessantes. Descubra algumas delas a seguir…
Suas lindas cores alaranjada e amarela, as duas predominantes, chamam atenção. Mas ela pode ser encontrada ainda nas cores vermelha, roxa e branca. A bela tonalidade alaranjada surge quando a Fidalga está madura.
Essa pimenteira nacional chega a 1,20 m altura. Quanto à ardência, na escala Scoville, alcança 50.000 pontos. Vou falar mais sobre isso no final deste artigo. Não perca!
Para entender as particularidades da Pimenta Fidalga, é importante saber mais sobre o gênero Capsicum, que faz parte da família das Solanaceae e da tribo das Solaneae, e compreende nada mais nada menos que 27 espécies.
Destas, cinco são domesticadas pelo homem: Capsicum annuum, Capsicum baccatum, Capsicum frutescens, Capsicum pubescens e Capsicum chinense.
Isso faz com que muita gente misture um pouco os nomes das pimentas e suas peculiaridades. Um exemplo disso é que, ao procurar informação sobre Pimenta Fidalgo e Capsicum chinense, aparecem citações e imagens da pimenta Habanero.
Porém, tudo indica que não é correto associá-las porque existem inúmeras variedades dentro da categoria e, também, a palavra Habanero remete a uma classe particular de pimenta encontrada na Península de Yucatan, no México.
Uma curiosidade que não deixa de ser um mistério: a Capsicum chinense surgiu na bacia Amazonense, nas Caraíbas. No entanto, foi chamada de “chinesa” por um botânico que nunca viajou para a China. Além disso, os primeiros trabalhadores chineses só chegaram à Cuba por volta de 1800.
Ou seja, a Pimenta Fidalgo faz parte de uma espécie “chinesa” que não é da China! Vai entender…
Pimenta Fidalga: outras características, dicas e curiosidades
A Pimenta Fidalga é muito famosa no Norte brasileiro, sendo utilizada em um prato tradicional por lá: o pato com tucupi. Também é cultivada no Sul de Minas e interior de São Paulo. Nestas regiões, é conhecida como cabacinha, devido sua aparência, como expliquei.
Ela tem aroma intenso e sabor peculiar. É considerada equilibrada, deliciosa, sem perder o traço ardente. Quem sabe não é a Pimenta Fidalga o tempero que você tanto buscava para incrementar um prato especial?
Pode ser inclusive na criação de um molho incrível, combinando Pimenta Fidalga, mel e manjericão. Ou aquela conserva com vinagre e sal…
E sabe aquela história de unidade Scoville, que citei no começo do post e mede a ardência das pimentas? Pois bem, ela foi criada por um químico chamado Wilbur Scoville em 1912. Mais tarde, o invento foi batizado de Scoville Organoleptic Teste.
Funcionário da companhia farmacêutica Parker Davis, ele desenvolveu um método para estimar o calor/ardor dos frutos. Originalmente, foi assim: primeiro, Wilbur misturou pimentas moídas puras, açúcar e água.
Então, pessoas (ou provadores) beberam a tal solução em concentrações diluídas crescentemente, até um nível no qual o líquido não “queimava” mais a boca.
A partir disso, cada pimenta recebeu um número, baseado em quanto ela precisou ser dissolvida para que o calor não pudesse mais ser sentido. Um processo subjetivo de diluição, levando em consideração o gosto.
O fator de calor (ardência) das pimentas é classificado em múltiplos de 100 unidades. Por exemplo: a poderosa Habanero, tem simplesmente 500,000 unidades de Scoville. É pimenta pra ninguém botar defeito, concorda?
Já em relação à capsaicina, o componente que faz uma pimenta ser tão quente, fica entre 15,000,000 e 16,000,000 unidades de Scoville.
Relembrando o que eu disse, a nossa Pimenta Fidalga, a estrela do artigo de hoje, alcança 50.000 pontos; é menos caliente quando comparada a outras por aí. Mas nem por isso deixa de ser um bom tempero.
Até breve!