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Tanta coisa aconteceu do consumo de pimenta pelos indígenas americanos em 9.000 a.C. aos dias de hoje… Mas posso dizer que a relação nunca esfriou. Bem-vindo à história da pimenta! Aprecie este post temperado com muitas curiosidades até o fim, sem moderação!
A pimenta era tão valorosa para os índios americanos quanto o sal para os europeus. E, desde o princípio, o amor por ela é não é fácil de entender, pois, quanto mais picante, mais “sofrimento” e, portanto, mais interesse.
As pimentas fazem parte do gênero botânico Capsicum, da mesma família da batata, petúnia e do tabaco, entre outros itens. Apresentam uma variedade grande de forma, tamanho, cor e calor (pungência). Quanto mais pungente, mais quente, melhor!
Um curiosidade: o termo Capsicum vem do grego “kapto” e quer dizer “morder” – uma referência à ardência. Aliás, tal característica é única no reino vegetal, resultado da presença de alcaloides específicos.
Para os ameríndios, o uso regular da pimenta estava associado à função de preservar os alimentos da contaminação por fungos e bactérias. Ou seja, sempre foi uma aliada na manutenção da saúde, longevidade e até da capacidade de reprodução daqueles povos.
Claro que o vegetal também deixava carnes e cereais mais atraentes. Tudo indica que foi o primeiro aditivo alimentar utilizado por civilizações antigas do México e da América do Sul.
Estas conheciam bem a contribuição do gênero Capsicum para o aroma, visual e paladar das refeições. Tanto é que foram selecionando tipos de pimentas para usos específicos.
Por todos estes motivos, não é à toa que a pimenta virou marca forte da culinária da América Tropical. Mas a história da pimenta tem muitos outros detalhes…
Ao longo dos anos, as pimenteiras foram sendo domesticadas e, com a seleção humana, sofreram mudanças no tamanho, formato, gosto e tonalidades.
Uma planta pode receber nomes distintos. Além disso, fatores como luz solar, temperatura, umidade e local influenciam uma mesma pimenteira. Para identificar a espécie, a maneira ideal é pelas flores.
E mais: o nome das pimentas muda bastante de acordo com o lugar em que são cultivadas. O que continua igual é o fato de os frutos de Capsicum (sim, são frutos!) ainda atraírem muito nosso paladar devido suas particularidades sensoriais.
História da pimenta: como ela ganhou o mundo…
Na história da pimenta, ela detém o título de planta mais velha em cultivo na América, inclusive por astecas e maias. Também é uma das mais antigas desbravadas pelo homem. Atualmente, já são mais de 30 espécies espalhadas pelo planeta.
Como ela foi parar em tantos lugares? A exemplo de outros produtos vindos do Novo Continente, o começo foi a exportação para a Europa durante o período conhecido como Grandes Navegações.
Em 1453, o europeu Cristóvão Colombo procurava “pimentas-pretas” (as atuais pimentas-do-reino), muito apreciadas no Velho Continente. O navegador acreditava ter chegado à Índia, mas era um engano, e este acabou permitindo o encontro com as “vermelhinhas americanas”.
A partir de então, graças aos navios portugueses, as pimentas ganharam o mundo. Com o tempo, chegaram também na África, Estados Unidos e Ásia.
Hoje, a pimenta é largamente plantada e tem tradição em países como China, Tailândia, Índia, Malásia, Coréia, Filipinas e Indonésia, além América Central, sendo muito consumida no Caribe, Guatemala e México – este último sinônimo de comidas apimentadas.
Quanto ao nosso Brasil, sua participação na história da pimenta mostra que ele já foi o maior produtor mundial do fruto. O que durou até a década de 1990, fazendo com que superasse o México. Mas acabamos perdendo posição para os mexicanos, tailandeses e indianos.
Porém, ela ainda reina por aqui como o terceiro tempero mais produzido e consumido. As pimentas comari, de cheiro, chifre-de-veado e malagueta estão entre as mais cultivadas em nosso território.
Que bom, não é? Para quem aprecia uma boa pimentinha, é motivo de comemoração, sim!
Até o próximo post!